domingo, 13 de maio de 2012

Guns N' Roses: a coragem de Axl é tudo!!!

Guns N' Roses: a coragem de Axl é tudo!!!

Confesso: vê-lo negar a indicação ao Hall of Fame deu-me uma sensação de alívio. Não que a manutenção do convite (e sua aceitação) pudesse mudar o meu dia, mas acabou modificando a percepção que eu tinha sobre o artista e acabou tocando no ‘outro’ Axl, aquele cuja opinião está longe de ser um senso comum. Pelo contrário, o vocalista do Guns N´ Roses não é apenas um rancoroso músico com seus ex-colegas; é também uma mola da máquina que sabe seu papel e como ela funciona.


Ok, quem não gostaria de ver Slash, Duff, Izzy, Adler e Axl novamente? A gente sabe que a banda “que chutou alguns traseiros” nos 90, dominou o mundo real, lançou discos impecáveis e fazia espetáculos inesquecíveis. Fora dos palcos, seguia o modus operandi do rock and roll: escândalos, boatos, orgias…


Ao mesmo tempo em que seria bacana, o subject “reunião” deu o que tinha que dar. De repente nas revistas musicais o assunto preferido é “Reunião Black Sabbath”, “Reunião Pink Floyd”, “Reunião Kiss”, “Reunião Guns N´Roses”… Vende, cria (falsas) expectativas e desvia o espaço que deveria ser dado aos novos talentos do rock. A discussão não é se o que se produz hoje é melhor ou do mesmo nível do que se produziu há 20 ou 30 anos, mas a total falta de honestidade com o novo. Os fãs são os que deveriam decidir o que é bom ou não…


Acho que declinar do convite fez de Axl uma espécie de anti-heroi. Bicou a possibilidade de ser hipócrita (pelo menos deste ângulo) consigo, com o público e com seus ex-amigos. Meteu o dedo nos interesses diversos que envolviam a banda e ainda mandou um recado para seus desafetos.


Não confundirei o controverso Rose, que lançou o misterioso e ainda difícil “Chinese Democracy”, com este Axl que assumiu as rédeas do nome “Guns N Roses” e ainda demonstrou um TREMENDO respeito por seus atuais colegas de banda. Feridas não cicatrizadas não se utilizariam da indicação ao prêmio como um bálsamo e cura. Pelo contrário, a reunião poderia dar pano para mais e mais discussões infundadas gerando expectativas recheadas de frustração.


Também não vou dizer que Axl W. Rose, por conta da sua bravura, chutou a má fase técnica pra escanteio e voltou a ter 30 anos. O tempo passa pra ele, assim como para cada leitor. O grande “lance” desta história toda é justamente o seguinte: o cara que se distancia muito da figura mítica que criara entre 80/90, consegue um incrível paradoxo, de tomar uma das atitudes + rock and roll de todos os tempos. Assim como John Lennon devolveu a comenda que os Beatles haviam recebido da Rainha da Inglaterra (sim, esta mesma que você assiste em seus curtos e esparsos passeios em Londres) na década de 60, Axl somatiza a sua controversa personalidade, um fato de peso: o egocêntrico negou a oportunidade de alimentar mais ainda a sua alma de… Egocentrismo!


Para terminar: nessa mesma linha de reuniões de dinossauros, já está dando “no saco” as despedidas. Bandas que agora anunciam despedidas, quando não de suas carreiras, dos palcos, quando não dos palcos, dos discos e, pra tornar tudo mais emocionante (e rentável), mudam suas decisões, permitem coletâneas e remasterizações de sua discografia junto com suas turnês de (re) volta, para que você (fã ortodoxo e “doente”) compre tudo de novo o que você já tem.


Foi para idealistas do comércio fonográfico e do show business que Axl disse “não”. Portanto não se sinta rejeitado ou enganado (por boatos); pois esta lição deveria ser aprendida não apenas pelo cara “mais marrento” do rock, mas por cada um de nós.

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